Opinião: ‘Novo’ como um senhor feudal
*Por Fernando Vives, jornalista
Se o bolsonarismo é uma Saveiro tunada cujo motorista atira pro alto enquanto ouve Gusttavo Lima na Festa do Peão de Barretos, o Partido Novo é sua versão Range Rover blindada no congestionamento do Itaim Bibi.
Dois candidatos à Câmara Federal do partido não me deixam mentir: Diego Dusol é evangélico fundamentalista e quer tanque de guerra pra fazendeiro; já Ricardo Salles usa propositalmente o número de calibre de arma. Ambos querem matar sem terra? Novos como um senhor feudal.
O Partido Novo vem com essa conversinha de bom moço estudado, mas é só botar um Besame Mucho na vitrola, um Campari no copo e já vai logo confessando: “sou liberal na economia e conservador nos costumes”. Em outras palavras: o mesmo substrato de pó de bosta que vemos por aí desde sempre.
O discurso inovador por recusar o Fundo Partidário é uma armadilha autoritária. Por eles, só muito rico (ou quem representa os muito ricos) disputa eleição, porque tem dinheiro para tal. A professorinha da periferia líder comunitária nunca teria chance. A velha confusão entre cidadão e consumidor: se suas ideias são uma merda, compre a democracia.
Imposto de renda progressivo? Nada a declarar.
Sempre me aparece um estilo Testemunha de Jeová me pingando em redes sociais pra conhecer as ideias do Novo. Brigado, fera, não vai rolar, fiquei de levar minha avó na musculação. Bom 1% dos votos pra você.
Adorei o texto! Explica com muita clareza e humor essa turma do século XVIII.
Além de se vangloriarem de terem a maior porcentagem de diplomados no partido… babacas!